sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Massacre e terror contra os filhos do povo no Rio de Janeiro O Estado continua sua política de morte

*Nota divulgada e distribuída pelo CEBRASPO na última terça-feira, 06 de setembro, no ato realizado em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde estavam presentes familiares, entidades democráticas e movimentos populares exigindo justiça e punição aos mandantes e executores deste crime bárbaro.



Massacre e terror contra os filhos do povo no Rio de Janeiro  O Estado continua sua política de morte

A juventude e o povo do Rio de Janeiro são vítimas de um massacre sistemático. Assassinatos são praticados diariamente nas favelas e comunidades. A polícia invade,comete todo tipo de arbitrariedades, desrespeito e humilhação,sempre seguida do assassinato dos jovens filhos do povo.O número de mortes violentas no Brasil no ano de 2015 foi de 57 mil pessoas. A polícia brasileira é a que mais mata no mundo e a do Rio de Janeiro é a que mais mata no país.

No caso dos adolescentes, a violência prossegue nas prisões, no chamado “Sistema Sócio Educativo”, onde os jovens em conflito com a lei são jogados às centenas em verdadeiros campos de concentração. As instituições de internação são ocupadas com muito mais que sua capacidade, essa superlotação é seguida da tortura, violência e mortes. Os jovens vivem em celas em péssimas condições de higiene, com instalações desumanas.

Somente no período de agosto a inicio de setembro foram 3 mortes no “Sistema Socioeducativo”. Um desses jovens, de 15 anos, estava detido no Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo (CAI-Baixada) e morreu no Hospital Municipal Jorge Júlio Costa dos Santos, depois de perder a consciência e sair da unidade em estado de coma. Funcionários do local dizem que a unidade é uma das mais insalubres do Estado e que o adolescente foi internado às pressas na tarde do dia 26 de agosto, apresentando quadro avançado de meningite meningocócica, que é transmissível através da saliva e do ar. Depois foi dito que seria problema de coração. Essa unidade está com 380 internos, embora haja espaço para apenas 150.

Na Unidade João Luís Alves, onde o quadro também é de superlotação e maus tratos, a capacidade da unidade é para 120 pessoas, mas está com 346 internos. Houve um incêndio em uma das celas, que tem fios desencapados e colchões velhos altamente inflamáveis. Onde havia lugar para 4 haviam 12 jovens, que foram impedidos de sair , o que causou fortes queimaduras em 9 deles.Foram levados já muito feridos para vários hospitais. Ryan Pereira Bento,de 15 anos,morreu no mesmo dia. Isaías, de 16 anos, também não aguentou a gravidade dos ferimentos.


Em um grande número de casos, muitos desses jovens nem deveriam estar cumprindo medida de internação- simplesmente os juízes aplicam a medida desconsiderando a própria lei. Foram ainda mantidos algemados, nos hospitais, porque outro juiz indeferiu o pedido conjunto da Defensoria Pública e do Ministério Público - para que as algemas fossem retiradas.Isaías antes de morrer já estava em coma e mesmo assim, como todos os outros, permanecia algemado. Esse é mais um crime da “justiça”, que comprova seu papel de legitimar as atrocidades desse Estado,sustentando os hediondos crimes cometidos contra esses jovens. São um Estado e uma justiça de classe. Existem para proteger os poderosos e legitimar todos os crimes cometidos contra o povo.

O que acontece no sistema Sócio Educativo é uma extensão da política de crimes cometidos contra todo o povo pobre. Os casos como o assassinato com 111 tiros dos 5 jovens em Costa Barros, os 2 recentes massacres no baile do Complexo do Chapadão com o total de quase 15 mortos, os assassinatos de crianças em diversas favelas, entre muitos outros, comprovam a clara orientação para instalar o terror. Não são policiais “despreparados”, são exatamente preparados para matar. Assim como não é por acaso que tantos crimes e torturas ocorrem contra os jovens internados nesse criminoso e famigerado “Sistema Socioeducativo”.

Com isso cresce a revolta do povo e da juventude diante de tantas injustiças e crimes, e contra os gerentes do Estado, políticos de todos os partidos, que a cada ano, armam mais as polícias e estimulam a violência,criminalizando, encarcerando e tratando dessa forma brutal a nossa juventude. Esses governantes autorizam essas mortes cada vez mais, de todas as formas, com os crimes praticados pelas polícias ou quando jogam os jovens nessas absurdas condições de encarceramento.Toda essa política é a mesma da “tolerância zero”, dos “autos de resistência”, impostas pelo imperialismo, principalmente norte americano, a esses governos subservientes e rastejantes, que aceitam o papel de massacrar seu próprio povo para assegurar a exploração e o controle do nosso país.

As mães são a voz de seus filhos, cada vez mais se organizam e se mobilizam para exigir justiça e defender a punição dos policiais assassinos e dos agentes de Estado que no Sistema “Sócio Educativo” praticam regularmente a tortura e todas essas atrocidades. Exigir Justiça é um direito inalienável do povo.


PELO DIREITO DO POVO LUTAR PELOS SEUS DIREITOS!


O FASCISMO NÃO PASSARÁ!



CEBRASPO – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos



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